… Cristina questiona Bruno (Não acredito que Bruno tivesse achado graça)

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… Sim. Ela outra vez. Cristina Ferreira entrevista Bruno de Carvalho para a sua revista e pergunta tudo o que até agora ninguém teve coragem de perguntar. Digam lá que isto não é fazer bem feito! Digam lá que ela não sabe o que faz e tentem encontrar aqui um defeito! Esta era a entrevista que eu queria fazer. Há meses que a estava a tentar. Nunca consegui. Tenho com Bruno Carvalho uma relação cordial e houve uma altura em que achei que iria conseguir. Cristina chegou primeiro e naturalmente oferece uma gama de plataformas que eu não ofereço para que se possa passar uma mensagem. Bruno entendeu que ali era o lugar certo para passar a mensagem que pretendia. O que eu acho que ele nunca imaginou foi que Cristina lhe fosse perguntar o que ele queria que ela perguntasse, o que as pesssoas queriam saber e aquilo que nem em sonhos ele pensou que ela lhe perguntaria. Mas perguntou! E o truque está aqui. Sacar ao entrevistado o silêncio na ausência da resposta, quando a pergunta foi inesperada. Antes de avaliarem a conversa de ‘boca em boca’ é preciso ler tudo de fio a pavio. Ouvir o tom e perceber as pausas. É isto! Quem conseguiu esta proeza foi a Cristina Ferreira. A Cristina das manhãs, a que grita à tarde, a que pinta as unhas com cores garridas, a que muda de estilo vagueando entre o rústico e o hiper moderno, a que alimenta  a imprensa, a que esconde a sua vida privada a sete chaves, a que se mostra nas melhores praias do mundo um dia e no outro descansa os olhos nas suas com o olhar de quem está segura em casa, a que protege os seus mas ostenta desafios a torto e a direito. É tudo na mesma pessoa, a pessoa que muitos olham de lado, mesmo sendo obrigados a olhar de frente. E a mim, que sempre a olhei de frente, dá gosto e prazer ver isto. O que queria perceber agora é como é que os entendidos na matéria, os especialistas de desporto, os treinadores de bancada disto e de tudo o resto, avaliam esta conversa. Como a analisam? Como olham para ela e o que tiram daqui, além de um: ‘Uau! Podia ter sido eu a fazer esta pergunta!’. Talvez não avaliem nem a analisem, embora tenha a certeza que olham para ela, mas muitos vão fingir que não. Nada que não seja prática comum no mundo onde não se aceita com bons olhos que há sempre melhores que nós. A revista não é só Bruno, que não sei se não se arrependeu de se sentar frente a frente com Cristina depois de ver a revista nas bancas. Na mesma revista temos uma espécie de antítese. Basta agarrar na frase ‘Devemos saber sair de cena‘, dita pela sábia experiência de Miguel Sousa Tavares que dá gosto ler. Mas eu gosto muito de o ‘ler’. Ainda na grande entrevistas há uma conversa com Bruno Cabrerizo, numa produção espectacular com fotografias sensacionais, mas onde nada me convenceu. Há qualquer coisa no discurso, no tom, nas frases feitas, na história estudada do Bruno, que não me convence. Os olhos dele não me passam o que diz a boca. Não acredito que seja uma avaliação injusta da minha parte. É a minha avaliação. Eu não me costumo enganar nas pessoas, mas isso não faz delas melhores ou piores que eu. Apenas diferentes. Há muitas peças que não encaixam na história mediática do Bruno, e ainda não foi desta que encaixaram. A revista apresenta uma capa arriscada, mas a vida é feita de riscos e eu gosto de quem os pisa, mesmo que de coração apertado com o receio de mudar o esquema que funciona apenas para mostrar que se pode fazer diferente. Eu teria feito capa com Bruno Carvalho. Definitivamente é uma das conversas deste ano.

 

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