… A idade da inocência (Ou só uma péssima fotografia!)

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… Muito dificilmente conseguirei seguir à risca um provérbio que um dia me disseram para aplicar: ‘a memória curta é meio caminho para a felicidade’. Não consigo ter uma memória curta. Talvez selectiva, mas mais que isso não. Vou lembrar-me sempre do que me disseram, fizeram, prometeram ao longo da vida. E eu aos outros, que o jogo é dos dois lados. Isto vem a propósito de quê? Encontrei esta moldura perdida em casa de um parente e lembrei-me que já nesta altura pensava assim. Tinha a idade da inocência, mas não tinha a inocência que se tem normalmente nesta idade. Estava a sair de uma adolescência como são todas as adolescências e tinha em mim todas as vontades do mundo. A esta distância posso dizer que alcancei muitas dessas vontades e que continuo a pensar o que já na altura pensava. Que só chegamos orgulhosos ao lugar onde nos esperam se respeitarmos o caminho e não nos esquecermos de quem encontramos nele. Olho para esta imagem e vejo o mesmo ar de quem acha que o comodismo não nos leva a lado nenhum, que é preciso levantar e ir fazer acontecer. Tenho a mesma falta de paciência para a inércia. Tudo isto para dizer que acredito mesmo que somos feitos de uma massa que nos persegue a vida toda, não mudamos. Vamos moldando a nossa maneira de ver as coisas com o tempo, não mais do que isso. Por isso, o que muda desta imagem para hoje, é pouco mais para lá do corte de cabelo e deste pólo, que já antevia o que seria o meu futuro. De resto, o resto, está lá. Mantém-se intacto. Orgulho-me disso. Não sei se devo fazê-lo, mas orgulho-me. Ainda em orgulho.

 

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