… A Luisa o que é de Luisa (Deixemo-nos de palpites!)

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Começo já por dizer que sou absolutamente contra qualquer tipo de violência. Seja física ou psicológica. E eu sou daqueles que pode falar, porque a sofri na pele, porque vi sofrer e sei muito bem e de forma clara o que é a violência doméstica. Não brinquemos nem nos metamos em ‘bicos de pés’ porque é moda falar do assunto. Atenção. Muita atenção! Vamos ao que importa. Luísa Beirão, conhecida manequim e booker em Portugal, transformou-se no centro da actualidade depois de ter sido divulgada (à sua revelia) a notícia de que teria dado entrada no hospital depois de ser ‘brutalmente’ agredida. É cedo para ter certezas dos factos. Nenhum de nós pode, neste caso,  dizer se é verdade ou mentira, se a história é assim como se diz, como se escreveu ou do muito que se tem dito e inventado, onde está a verdade. A verdade está dentro da casa de Luisa, dentro da sua vida. A mim não me compete dizer se é verdade ou mentira. Não é esse o meu papel. Nem o nosso! No caso de Luísa, porque é uma ‘celebridade’ cuja vida sentimental foi sendo acompanhada pela imprensa – ainda que de forma muito controlada – o episódio que terá acontecido ganha uma dimensão superior aos milhares de casos que todos os dias acontecem, e não devem ser relativizados nem encarados com ‘normalidade’, porque são repetidos e cada vez mais. O que acontece no caso de Luísa é que por ter exposto parte da sua vida, por se saber que esta é a terceira relação com contornos desta natureza, toda a gente se sente no direito de apontar o dedo e dar um palpite. O assunto é sério demais para ser avaliado assim. Não se pode julgar uma pessoa só porque sim, não num caso destes. Neste momento a Luísa deverá recuperar totalmente, principalmente das dores psicológicas (são sempre as piores) e depois falar. Eu falaria. Se está convencida da sua verdade, e para que ajude muita gente que está a passar por situação igual, deveria falar. Falar não é expor. Falar é denunciar uma situação e um agressor (se existir). A denúncia na polícia estará feita, a denúncia pública mostraria a todos a verdade de Luísa, porque quando se está na esfera pública, por muito complicados que sejam os momentos, é preciso fazer uma espécie de ‘gestão de crise’. Porque é muito difícil para quem analisa os assuntos (com seriedade) tentar perceber se o comunicado do ex-namorado, a pedir ao tribunal uma ordem para que Luísa não se possa aproximar dele faz sentido, porque, talvez por isso a manequim garante hoje em comunicado, que muito do que se tem dito e escrito ‘é ofensivo‘, reforçando que ‘…todos temos o direito de seguir com a nossa vida e não é aceitável sofrer represálias por este facto. É muito triste que assim seja e tudo o que desejo é ser feliz com a minha família’. Vamos esperar para perceber até onde o processo chega e de que lado estarão os pratos da balança. Mas não vamos brincar com o assunto. Não é porque ‘vende’ que pode ser tratado de ânimo leve. Não é porque a Luísa é mediática, bonita, independente e que já teve outras relações ‘complicadas’ que se pode fazer um juízo de valor. É que não é mesmo. E a experiência diz-me que, regra geral, há muito mais escondido do que as poucas pontas que se revelam. E muitas vezes o difícil é começar a mostrar as pontas. E talvez o que quase sempre se deseja é o silêncio em vez da exposição. Luísa tem dois filhos. É nisto que devemos pensar sempre e obrigatoriamente. Sempre que falarmos do assunto. Não se esqueçam disto!

PS: A Luisa é a protagonista do texto, porque é ela a celebridade. O mesmo se aplica à parte contrária. Este não é um texto de defesa de ninguém. No máximo seria de alerta para todos.

 

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