… À minha amiga Jô! (Evidentemente!)

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… Já ando nisto há muitos anos, há tempo suficiente para perceber se as pessoas com quem me cruzo são uma pessoa boa pessoa de raiz, ou se se vão fazendo com o passar do tempo ou das conveniências. Jô Caneças é das melhores pessoas que conheci nesta vida de festas e arredores. Tornei-me seu amigo pessoal e não lhe posso apontar nenhum defeito além da sua radical frontalidade. Ela é muito mais frontal que eu, talvez porque não tenha que limar o que diz, e acima de tudo porque não tem nada a perder. Também lhe gabo o gosto pelo exagero dos padrões e das cores garridas, mas ela é assim. Ela é a Jô que fala alto e pinta uma unha de cada cor. Quando me ligou há dias a contar que estava doente fiquei sem chão. Não surpreso, porque conheço-a muito bem, e a última vez que a tinha visto não a vi feliz. Não como sempre a conheci! Revelou-me detalhes do que se está a passar, e com a voz muito sumida confessou que tem medo. Do lado de cá dei-lhe força. Toda a que consegui e tentei que acreditasse que isto é um momento. Dei-lhe exemplos de casos de sucesso e tentei rir-me com ela. A Jô está triste. Eu também fiquei. Mas é impressionante, porque ontem depois de divulgar notícia – com sua autorização, porque confiou em mim para o fazer – a onda de solidariedade de mensagens de apoio foi brutal. Ninguém merece isto. Claro que não. A Jô não merece. Mas vai ultrapassar, como já ultrapassou coisas que ninguém sonha, agarrada à fibra que poucas mulheres têm. A Jô vai passar esta tormenta, nós estamos cá para a apoiar. Ela tem tanto de excêntrica como de discreta nas suas coisas. Naquelas que decide viver sozinha ou acompanhada dos muito seus, por issome isolei’. Neste momento agarra-se à sabedoria dos médicos, ao avanço da medicina e a uma fé inabalável que a ajudou noutras alturas. Falo muitas vezes com ela, nunca me falhou em nada e mostrou-se sempre disponível para qualquer trabalho que fosse preciso fazer. O bom de estar deste lado, é conhecer melhor algumas pessoas que a maioria só conhece de nome, ou das coisas que diz e faz publicamente. Do que conheço da Jô, posso aqui garantir que é um dos seres mais generosos e disponíveis que temos neste meio. É um ser humano de excepção. A minha amiga Jô luta neste momento contra um cancro. Um luta que vai vencer. Porque ela quer, ‘e quando ela quer, ela pode!’ Foi sempre assim. Que seja agora também. Por favor.

 

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