… Olá, eu sou o Fax (para quem não me conheça)

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… Não quero que pensem que isto é um hino ao avançar da idade, mas talvez seja um alerta ao passar de gerações. Perceber que nos estão a passar à frente a muita velocidade, não sei se isso é bom, não sei se é mau. Sei que é um facto e sei também que me custa . Não porque a idade avança, mas só porque, às vezes e sem querer, me sinto ultrapassado. Nestas arrumações que tenho feito, dei de caras com vários objectos que guardo comigo, aconteça o que acontecer, porque me fazem sentido e porque são da minha memória emocional. Descobri um fax! Quantos de vocês que estão a ler isto sabem o que é um fax, o importante que era para nós e para que servia? Acredito que uma geração talvez, sim, mas que a maioria desconheça. A minha filha não sabia o que era, nem para que servia. É estranho, até porque o aparelho é ainda muito recente na minha memória, faz parte da minha história. Eu trabalhei em publicidade antes da televisão e era por fax que seguiam as propostas para os clientes e era a olhar para o fax que esperava que me respondessem com um ‘sim’ e desta forma conseguir os objectivos propostos. Era por fax que recebia rolos e rolos de folhas de casting que decorava exaustivamente para vir fazer a Lisboa. Safei-me sempre melhor na publicidade que nos castings, que nunca fiquei em nenhum. Estas recordações fazem-me ficar ligado ao aparelho. Este até tem um ar moderno para a altura, porque eles eram muito estranhos quando apareceram. Depois foram evoluindo com o passar dos tempos e este, o último que tive, estava instalado no escritório de minha casa. Agora está dentro de uma caixa, e mudará de prateleira ou armário. Vou guardá-lo comigo não sei até quando. No outro dia, meti-o no Instagram e recebi uma proposta de compra. Não há necessidade. Vou deixar estar aqui. De dentro dele saíram tantas coisas e entraram tantas expectativas. Vou guardar. Era isto!

 

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