… A verdade é de graça? (Não! Pagamos um preço)

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… Terei um milhão de defeitos mas sinto-me orgulhoso da minha estranha maneira de ser, de fazer e de amar embora de vez em quando me obrigue a parar para pensar o que terei feito em alguns momentos, para ter perdido gente, para não a ver com os mesmos olhos, para não ser visto da mesma forma, para ter deixado de fazer sentido em algum momento do caminho…  Acho que a resposta se resume a uma palavra: ‘verdade’. Sempre! Sou autêntico, pago uma factura muito alta por ser e cobro um preço que poucas pessoas hoje estão dispostas a pagar. Acho que a vida só faz sentido assim. Não me parece justo viver condicionado com o que os outros acham e acho sempre pertinente dar o meu ponto de vista. Aceito pontos contrários ao meu, claro que sim, e adoro discuti-los à exaustão até se ter uma opinião clara. Não sei se me faz muito sentido dizer que sim a uma coisa agora e que não mais daqui a nada, apenas para agradar quem ouve. Não gosto de o fazer, não tenho de o fazer e não o quero fazer. Não faço uma coisa porque a ‘maioria’ vai gostar. Prefiro estar do lado do mais fraco, prefiro desbravar caminho sozinho. Prefiro ser honesto. Pelo menos com as pessoas que me valem a pena… Aquelas de quem também espero sempre uma opinião verdadeira e crua. Não preciso do contrário. Quero sempre a verdade. Vai doer-me menos que me digam agora uma verdade do que mais tarde me desiludam com a mentira. Também sei que o meu carácter muitas vezes não trava por não reconhecer o limite e não ter a sensibilidade de perceber o momento certo entre dizer uma verdade ou magoar involuntariamente uma pessoa com ela, a linha é mínima. Lá está! É o tal preço a pagar de um lado e outro. Não consigo imaginar-me de outra forma e todos os dias me chamam a atenção, todos os dias perco algo com isso… Mas a verdade é que, quem me conhece na intimidade, me elogia a maneira de estar na vida. Prefiro ficar com essa parte. Com o elogio, que sinto ser verdadeiro. Se quero perder? Não. Nunca! Mas não me quero perder a mim. Sobretudo isso. Com erros e acertos tento nunca decepcionar quem ocupa ou escolho para ocupar lugares de destaque na minha vida. Em cada história desta vida noto um caminho que só foi possível porque existiram erros até se acertar. Erra-se muitas vezes. Regra geral os meus erros são cometidos por excesso de zelo pelos que amo e quero proteger e pela pouca capacidade de delegar. Talvez seja da rígida educação que tive. Absorvi tudo muito cedo… Entendo que nem todos são como eu no que toca à maneira de estar na vida, nas amizades, nas relações, no trabalho… Mas também peço que entendam que esta rigidez de carácter raramente me irá deixar falhar com os que quero, amo e protejo, nesse pequeno grupo de gente que faz parte do meu mundo. Pessoas que quero felizes e também por isso acredito que quem está no meu mundo de afectos tenha a obrigação de me aceitar e amar, porque sabem que da minha maneira atravessada de ser fazem parte um milhão de defeitos! O que me parece estranho, o que me custa aceitar é que alguém de repente mude… porque de repente o que sempre achou uma qualidade, começa a ser visto como um defeito. Porque alguém diz que afinal ‘aquilo’ é um defeito.

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