… Vou deixar estar (para ver como é que fica)

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… Há vezes em que apenas apetece estar. Sem fazer, sem pensar, sem achar que não se deve estar. Sou muito fã de uma frase que escutei há anos, que classifica muito bem o que sinto neste momento ‘deixa estar para ver como é que fica’. Estou numa fase daquelas em que quieto e calado ganho mais que dizendo algumas coisas. Principalmente se as coisas forem repetidas. Como acho que nada é por acaso, o cenário fica perfeito quando olho pela janela e vejo que o dia está cinzento, chuvoso a pedir casa, chá, bolachas, chocolate, comando da televisão e pouco mais… O dia de chuva tem o seu encanto, como tem encanto estar quieto em casa. Tudo pode ser encantado. Temos de ver o melhor lado. O que não pode acontecer é acharmos que pelo sol não aparecer o dia não existe. Não é verdade. A Primavera está aí e traz-nos a esperança de um renascimento, de novas vontades, reforça a ideia de fazer diferente. Tenho pensado muito nisto. Falta-me a coragem do impulso, quando a ‘coisa’ é importante gosto de me demorar a tomar a decisão e tento adiar fazê-lo, porque acho que vale a pena insistir neste ‘impasse’ petulante e cómodo. Mas se pensar um pouco arrepio-me de medo, porque no dia em que decido impulsionar a vontade que rasga com o resto, não há volta a dar. E, já se sabe, fazendo o que me apetece, acabo sempre por perder. Perdemos sempre quando fazemos uma escolha. Por isso, este momento quieto e calado pode ser bom, porque é importante perceber se o que se perde compensa o que se ganha. Vou deixar chover, o sol se quiser que apareça. Não se ache ele mais importante que a chuva. Porque não é!

 

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