… O novo passo da Leonor (O futuro é já ali)

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… O décimo Ano! A Leonor entra agora no décimo ano. Sai da sua zona de conforto, da vila onde cresceu e vai estudar para fora. É ali ao lado, mas é para fora. Esta noite quando me contou que estão na fase de recepção ao caloiro não lhe disse mas senti o receio que qualquer pai sente quando percebe que já não faz sentido a filha ser levada à escola no primeiro dia de aulas, como tantas vezes fiz como recordo nesta fotografia e me lembro de como me pedia colo porque ‘era só um pedacinho’… A escola é ali ao lado de casa. O décimo ano. O ano da escolha, o ano da mudança, um ano decisivo. Os próximos três anos de vida escolar serão decisivos para ela. Só peço que continue a gostar da escola como até aqui e que se empenhe em mostrar os resultados que lhe agradam e a deixam satisfeita. É ela que me importa! Adormeci e dormi mal. Pensei o tempo todo no crescida que está. Já usa mala ao ombro, já quer gerir a sua mesada, já tem tudo organizado para a semana e a semana é passada longe de casa. Ali ao lado, mas longe de casa. Sinto agora o que devem sentir todos os pais quando veem crescer os seus filhos. Indo eles para o décimo ou para outro lugar que escolham. Estão a crescer, a formar-se gente que decidirá o seu caminho e o caminho de gente que se cruza com eles. Não me deito a pensar o que será a Leonor profissionalmente no futuro porque a sua escolha é que me importa. Gostava que fosse viajar, não exigi nunca que tirasse um curso superior, não coloquei nenhum tipo de pressão. Não fiz à Leonor o que não quis que me fizessem a mim. A escolha será dela. Com a nossa ajuda se sentirmos isso, mas a decisão é dela. O que ela quiser, entrar e sair se preciso for. Conhecer o mundo. Ganhar experiência. Os filhos são do mundo e estão-nos emprestados durante um tempo. Enquanto os temos connosco é nossa obrigação dar-lhes todas as ferramentas para que quando voarem saberem duas coisas: que de vez em quando o voo tem de mudar de rumo, não é por isso que se muda de caminho e que levem com eles  a certeza de que em casa dos pais está sempre um lugar à espera caso o voo tenha que parar para retomar depois. Eu sofro imenso com as dores de crescimento. Sofro mas não me descontrolo. Aflige-me mas não me tolda ao ponto de não perceber o melhor da escolha feita. Vivo por dentro o misto de emoções. Por um lado a alegria e o orgulho de ver o voo desenhado, por outro a esperança sempre de imaginar o seu regresso. Desejamos todos os pais a mesma coisa, sendo que a mesma coisa são coisas diferentes. Os pais são todos iguais. São como as mães. Só mudam de endereço!

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