… Olá Maria (Para o Olá, Manel!)

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… Tenho na minha caixa de mensagens centenas de pessoas que me questionam pelo facto de eu ainda não me ter manifestado publicamente sobre a ‘descoberta’ de Maria Cerqueira Gomes pela TVI, para apresentar o ‘Você na TV’. Conheço o trabalho da Maria Cerqueira Gomes há muito tempo e há muito tempo que mantemos um contacto de quem aprecia o trabalho de um e outro. Não sabia nada desta possibilidade de ser a substituta de Cristina Ferreira nas manhãs. Agora, se recuar um pouco, talvez o convite que recebeu para estar como convidada no programa há dias faça alguma sentido. Poderemos pensar que foi uma espécie de casting, que correu bem. Maria será agora a mulher com mais sorte no meio televisivo, porque ocupa o lugar que todas queriam ocupar. Sorte e responsabilidade. Não vale a pena dizer-se que é mentira, que estou a exagerar. É verdade e não estou a exagerar! Maria Cerqueira Gomes, que trabalha há anos no Porto Canal, num cenário minúsculo, com orçamentos reduzidos e equipas para lá de pequenas, abraçará agora o maior desafio da sua vida profissional. Arrisco-me a dizer que nem nos seus melhores sonhos o imaginou tão perto. Terá de agarrar isto bem, com as duas mãos e a cabeça no lugar. Sempre, porque esta oportunidade tem tudo de bom, como pode ter de mau, se não for bem gerida. Eu sei que Maria tem a esperança depositada neste desafio e a força de vontade para provar que é capaz. Até há dias, ela estava ali quietinha no seu canto e foi desafiada. Não é uma mulher de se meter em bicos de pés só porque sim, nem quer ser a ‘nova’ Cristina Ferreira. Isso é impossível, e nós sabemos. Quer ser a Maria que, apesar de ser muito bem recebida pelo Manel, terá que o conquistar devagarinho, a ele e ao lugar que terá ao seu lado. Os espaços em televisão são conquistas nobres e tão bonitas quando acontecem de forma fluída. O Manel – já me fez saber –  está disposto a ser a ‘rede’ da Maria para que se sinta amparada e tranquila. É uma ajuda preciosa. Acreditem! Além disso, Maria vai viver tempos complicados com as comparações que o público vai fazer e que a imprensa se encarregará de manipular e exagerar. Faz parte do jogo onde entra profundamente agora. A Maria nunca será a Cristina, porque a Cristina é uma peça rara neste mundo e única em Portugal. Não terão as profissionais de televisão todas que ser a Cristina, basta que muitas olhem para o seu trabalho com respeito, com vontade de tratar o espectador com dignidade e não usem a televisão e os meios apenas para se transformarem em meninas glamourosas, cheias de tiques e carregadas de pergaminhos. E há muitas por aí. A maioria… A diferença da Cristina para elas é esta. A Cristina fez a diferença, abriu um caminho, mas colocou a fasquia muito alta, por isso a Maria, sabe que o melhor que tem a fazer – e que fará – é conquistar um espaço sendo autêntica, não fugindo do seu registo no ‘Olá Maria’ que apresentava no Porto Canal e aproximando-se ainda mais das pessoas que a querem seguir, tratando o seu mundo por ‘tu’, porque a TVI não é o Porto Canal e porque o ‘Olá Maria’ não é o ‘Você na Tv’. E esta filosofia é uma boa escolha, porque não lhe adiantaria querer ser a Cristina, como não lhe adianta viver na angústia de estar a ocupar um dos dois lugares mais cobiçados da televisão neste momento. Mesmo que no meu telefone tenham aparecido dezenas de mensagens a desmentir, claro que as caras femininas da TVI ficaram irritadas, enervadas, aborrecidas e eu até entendo. Teria o mesmo sentimento. Mas eu entendo a revolução porque eu gosto da mudança e principalmente se a ‘mudança’ merece. Maria é a mudança. Fresca, com boa imagem, educada, simpática e disposta a fazer o caminho… caminhando. E isso é muito importante. Sem vontade de engolir ninguém nem com espaço para ficar maior que o ego. Esta Maria dedicada e profissional que eu conheço, sei que cumprirá o seu papel, que fará um esforço para isso. Por enquanto, ‘cumprir’ já é um enorme desafio e se, for conseguido, já é uma conquista. Bem vinda, Maria. Mesmo que – como te disse – deseje que percas muitas vezes para a concorrência, porque a tua competência não se vai medir pela audiência que farás. Como não se mede a minha. Louvada seja a mudança, quando a ‘mudança’ merece a oportunidade de o ser. 😉

 

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