Acho isto. Acho aquilo…

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Está tanto frio lá fora que só me apetece estar aqui abraçado a um casaco velho com os pés protegidos numas meios grossas. Acho que estou a ficar constipado. Acho que estou constipado há algum tempo, mas só agora o meu corpo se manifesta… Tive um dia tão sereno. Não foi feliz. Foi sereno. Aproveitei para abrir umas caixas que trouxe do Alentejo, andei a ler uns escritos que faço de vez em quando e dou comigo a pensar que não solto grandes gargalhadas com a minha amiga Sofia há muito tempo. Que há demasiado tempo que ando a adiar o café com o Nuno. Tenho saudades de ir à Bertrand pegar num livro que me seduz pela capa, cheirar e devorá-lo à noite em casa com o som da televisão muito baixinho só para me sentir acompanhado. Tenho pilhas de livros para ler, que compro pelo prazer de perder tempo na livraria. Sinto falta do banco da praça ao final do dia onde se junta um e outro e se fala disto e daquilo. Do cheiro a pão caseiro e da calma que se sente quando se é feliz sem dar por isso. O outro dia fui ao cinema sozinho. Uma sala só para mim e lembrei-me as vezes que ali fui nas mesmas condições e tentei recordar se era mais ou menos feliz que agora, mas resolvi entreter-me no filme porque não queria ouvir a resposta. Não sei de estou hermético e demasiado pragmático com a vida e comigo. Sei que tenho frio, que sinto os pés gelados e isso não é bom. Bom é acordar todos os dias e ter a certeza de que as escolhas que fazemos são as melhores. Sei que se perde quando se escolhe. Talvez seja do frio ou da constipação, mas não tenho a certeza se escolher algo a troco de tão pouco valerá a pena… Vai começar a novela. Eu adoro o serão em casa, com uma caneca de leite quente e o comando na mão. Ah! Já me esquecia. Também tenho saudades tuas, mas foi por tua causa que fiquei com saudades do resto.
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