… Não adoro flores amarradas umas às outras dentro de uma jarra. Isso não me fascina nem sequer lhe consigo ver uma imensa beleza. São flores mortas, que vão murchar, perder vida e satisfazer apenas durante um tempo o capricho de um humano qualquer porque quer mais cor na sua vida. Gosto delas assim, espalhadas no campo, dentro da terra, semeadas ou nascidas ao acaso… O Alentejo está carregado de flores destas. Lembram-me o sol e a energia que vem dele. Há mil destas flores amarelas que nascem ao acaso e que mudam a sensação de quem passa. Uma flor tem uma vida curta, depende sempre do estado do tempo, da estação do ano e da exposição onde tem a sorte de desabrochar. Na próxima vez que aqui passar já não são estas que aqui estão. Estarão outras, ou talvez apenas o caule destas. É a vida a acontecer. Gosto de lhes sentir o cheiro, perceber a cor, entender até onde podem ir. As flores, são como nós, precisam de estar no lugar certo, dentro de boa terra, e sem ervas daninhas à volta para que mantenham o viço muito mais tempo. Estas flores amarelas lembram-me sempre o campo. O campo lembra-me sempre o Alentejo. O alentejo vai lemnrar-me sempre casa. A minha casa. Não há nenhum lugar do mundo melhor que a nossa casa.
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