.. Nem pelo silêncio me calaria porque vejo o sol a moldar-me o estado de alma. O silêncio, que amo apaixonadamente pode ser demasiado longo quando o sol se for embora. Sou assim – fraco de sentido – e ainda o Verão não chegou e já me dou com suspiros de saudade da manta enrolada nas pernas ao fim do dia no pequeno sofá da minha pequena sala. Porque serei assim? talvez, porque ao contrário do que penso, gosto de rotinas. E talvez, tenha que deixar de me amarrar à ideia de que tudo o que e rotineiro acaba com o prazer. Talvez não seja assim. Talvez o prazer seja só aquele momento. Pode ser o sol a esta hora que me entra pela janela, que me acorda, que me arde nos olhos, que me faz pensar. Ou pode ser apenas e só um pensamento. Um silêncio. Mas hoje, nem por ele me calaria. Mesmo que brigue com o sol, e a lua tenha que nos separar. Não me importo! Porque me haveria de importar? se muitas vezes o silêncio é estúpido e o que preciso de vez em quando, é que me tirem a manta das pernas e se faça zaragata, mesmo aqui ao lado. Hoje nem pelo silêncio – que tanto aprecio – me calaria.
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