Por

… Há muito tempo que não escrevo, porque há muito tempo que tenho o coração apertado e não gosto de escrever o que não sinto. Não escrevo por escrever. Escrevo um estado de alma, que pode ou não agradar, é o meu. Já uma vez aqui escrevi – talvez até mais – de que me considero especial, que o meu corpo se manifesta invariavelmente quando à sua volta alguma coisa não está bem. Ele avisa, tem esse pressentimento, e quando tento fazer “ouvidos surdos” ele insiste. Gostava que soubessem isto, pode acontecer-vos também. A dor atenua com um comprimido, com um internamento de for o caso, mas a verdade é que se limpa o pó por cima e a causa fica lá. Sabem porque não vos escrevo há muito tempo? Porque tenho medo que os meus dedos teclem mais rápido que o meu pensamento e me arrependa do que leio logo a seguir. O meu corpo é o único ser que realmente me conhece. Tenho que o preservar. Estimar para que ele me estime a mim… do corpo faz parte um coração saudável que quando é magoado fica triste, bate descompassadamente, perde o ritmo e reclama. Não quero reclamar. Quero dormir tranquilo, sereno. Apenas dormir. E se for preciso esquecer. Esquecer que já me magoaram o coração vezes demais sem ele merecer. Um corpo até pode aguentar, mas um coração raramente aguenta sem se queixar. E ele – como as mães – tem sempre razão. Não vos conto o que me tem apertado o coração, mas peço-vos que não permitam o vosso apertado.

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