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… Hoje acordei cheio de saudades da minha filha. Geralmente não estou com ela durante a semana, além das horas que ficamos ao telefone – quer dizer,eu fico. Ela passeia-se pela casa, mostrando e contando coisas, que deve achar que eu consigo ver pelo telefone… Ainda ontem à noite me disse “pai, espera ai, vou só mudar de saia!”. E eu fiquei ali, de pé a pensar “esta criatura de cinco anos faz de mim o que quer”. É a verdade! Aprendo tanto com ela… a semana passada,estivemos juntos todos os dias. Confesso que é cansativo, acho que as mães têm uma maior capacidade de absorver tudo ao mesmo tempo e filtrar prioridades. Eu não. Acorda e é uma aventura no banho, vamos ao pequeno almoço e está cheia de fome mas depois só come meia torrada, quer ir para a piscina à hora do calor porque diz que com sol é que é Verão… enfim, sem contar que já devo ter visto dez vezes o dvd da “Dora Exploradora”. Faço muitas viagens de carro com ela. Canta muito e tudo o que menos espero. tem bom ouvido e decora rapidamente. Pergunta tudo a toda a hora e não fica contente com uma explicação qualquer. O outro dia, perguntou-me, “pai, porque é que eu tenho dois quatro e a Carolina – que é uma amiguinha – só tem um?“. Expliquei mais uma vez que estava separado da mãe, que os meninos nestes casos têm dois espaços, blá, blá, blá… com muito cuidado para não dizer nada que ela não entendesse. Depois dum largo discurso, ela vira-se e diz-me “eu já sabia que tu e a mãe já não eram namorados. Mas eu não preciso de dois quartos, se quando estou na tua casa durmo na tua cama! Podemos dar o meu quarto ao Rafael?“… Ligamos a música e catamos. E ainda dizem que as crianças são complicadas. Complicados somos nós!
ps – Rafael, é um desenho animado que é pobre, não tem família nem amigos e vive numa árvore.
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