Por
… Não sei se alguma vez na vida tiveram o prazer de correr desesperadamente por um campo de pés trigo. Talvez não! Eu já não me lembrava disto: Quando era pequeno, talvez oito ou nove anos, reunia os meus irmão todos e íamos correr para um campo de espigas de trigo que existia perto da nossa casa. Não nos conseguíamos ver. Estávamos tapados pelo tamanho das espigas que ficava cheia de ‘estradas’ à nossa passagem. Ali, no meio de um campo todo nosso, fazíamos um pic nic. Há anos que não faço um pic nic. Ali, onde o campo era só nosso, conseguíamos sonhar sem medo, longe, muito longe dos dias de hoje e igualmente longe, todos nós de imaginarmos como seria a estrada da nossa vida. Se fechar os olhos, oiço os gritos e gargalhadas de todos nós, sinto o vento bater-me na cara e o cheiro a verde de um campo todo nosso, que desfrutávamos desesperadamente com medo, por estarmos a estragar os pés de trigo, e estupidamente alegres por sermos crianças, e acharmos, de facto, que aquele campo era só nosso. Não sei se alguma vez tiveram a oportunidade de correr assim, ficarem tapados pela seara e, quando olharam para cima, viram o céu azul. Só isso… e lá muito ao fundo, vozes. Apenas vagas vozes que nos traziam à realidade. Um dia, ganho coragem paro o carro numa estrada destas, e meto-me a correr desenfreadamente por um campo assim…. talvez o resto volte!
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