… E quando se deixa de acreditar? Que devemos fazer quando olhamos e não acreditamos? Não estamos decepcionados, desiludidos, zangados. Estamos frios! Nem gelados sequer. Apenas frios. Assim como o tempo que está lá fora. Frio. Este fim de semana fui dar formação para o Norte – fiquei trancado na neve, entre São João da Madeira e Viseu. Paisagem linda e o horizonte todo branco. Olhei para mim e vi-me igualmente branco. Ainda não me vi vazio. Muitas vezes me questiono se vale a pena continuar a acreditar em algo que apostamos e que desafiamos. Um dia acho que sim e que nada me vai fazer pensar o contrário. Outro dia fico inerte com a certeza de que faça o que fizer nada vai mudar. Tenho medo desse estado de alma. Tenho medo de simplesmente parar de pensar. De não me desiludir, decepcionar. Tenho medo de ficar frio como está lá fora e não ter tempo de ligar o aquecedor!