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… E quando se dá um salto maior do que se devia? Não há nada a fazer, porque no ar não conseguimos parar. É como se fosse um sonho. Paramos, relaxamos e adormecemos lentamente… com o som baixinho das cordas da roupa da vizinha do andar de cima que desliza num barulho húmido entre a roleta e a corda – como me aconteceu hoje. Quando saltamos, imaginamos que podemos voar. Chegar mais longe. Muito mais longe. Desesperadamente longe. Tão lomge que a visão não alcance o óbvio. Quando a visão nos turva é porque o salto foi vertiginoso. Por isso se inventaram pára-quedas. Para que nos saltos a queda seja controlada. Quem não o usa de forma voluntária, ou é distrarído ou quer ficar marcado para a vida. Não sou distarído e prefiro ser marcado de outra forma. Continuo a gostar de saltar. Quando mais alto melhor. Mesmo que o pára-quedas esteja fechado até ao limite, se teimo em não o abrir deixo de ser distarído e passo a ser um estúpido todo marcado. E isso parece-me pior!
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