… Isto já me dá que pensar! Ontem num evento qualquer a Margarida Rebelo Pinto vira-se para mim e diz “Cláudio, tás giro! Mas não te tenho visto“, respondo-lhe que tenho saído pouco e que não me apetece, até porque está frio, “estás velho!”, responde ela com uma gargalhada. Deixei passar. Tenho mesmo frio. Hoje um jornalista faz-me um conjunto de perguntas e depois das minhas respostas pergunta-me a idade. Digo que tenho 36 anos e diz, “mas o teu discurso é de uma pessoa mais madura!”, devia querer dizer mais velha, mas não teve coragem. A mim a idade afecta-me pouco. A verdade é que chego a casa e dou comigo a pensar no assunto porque o outro dia também se viraram para mim e disseram “pareces um velho chato. Uma seca!”. Não chorei. Não choro porque qualquer coisa – tem dias – mas a verdade é que uma pessoa fica triste. E pensando bem, olho agora para a bancada da cozinha e tenho ao lado da torradeira um punhado de medicamentos. Comprimidos para o coração, pomada para o braço, aspirina para o sangue, comprimidos pare isto para aquilo. Seá quee estou a ficar velho!? Não no sentido da idade (que eu tenho 35 e digo ás pessoas que tenho 36), mas de espírito? Não quero que isso aconteça. Mas gosto do meu conforto. Nem semprr me apetece sair à noite. Nem sempre me apetece rir à gargalhada. Nem sempre me apetece dançar ate de madrugada… As coisas podem ser vistas como um elogio. E o facto da minha conversa ser “madura”, não vejo mal. Mal veria que não o fosse com esta idade. Não sei se estou errado, ou velho que seja, mas gosto de fazer o que me apetece não o que os outros querem. Se não me apetece sair porque está frio, vou ficar em casa erolado numa manta a ver televisão. Se me apetecer andar á chuva ando mesmo que mais ninguém o faça. Gosto de brincar. De rir. De dançar. De beber… mas gosto de equilibrar tudo isso com projectos de vida e sensatez. A base está em sermos coerentes. Aos quinze, vinte anos até nos pode faltar essa corência. Mas depois dos trinta s enão for doseada, pode ser irresponsabilidade, e antes velho que irresponsável. Digo eu, claro!
ps. Até porque os dias e as noite acontecem amanhã outra vez. Certo?
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