… Mas porque acordas tu bem disposto?
– Porque me apetece, ora agora!
– Mas sempre assim com esse sorriso?
– Não! Mas quase sempre…
– Não tens mau hálito?
– Tenho, quando acordo tenho! Por isso meti uma almofada entre nós.
– A sério? E eu que pensava que era só para contornares o teu território…
– Achaste mal. Como aliás, achas quase sempre. Não vês além do muito óbvio.
– Achas isso?
– Não acho. Tenho a certeza, rapaz!
Conversa típica de quem acorda com o sol na tromba, disposto a arrancar as horas ao fim de semana, e o outro está para ali deitado a queixar-se que o mundo se reuniu para o tramar – como diz o Veloso. Não há muita paciência para isso. O dia tem 24 horas, metade delas passadas a fazer coisas que não queremos ou não gostamos, mais um terço a ouvir falar da crise, porque me vou eu cansar. Não queres responder? Não respondes. Não queres fazer? Não fazes. Não queres ir? Não vás. Não queres comer? Não comes. Não queres sexo? Paciência. Deus que me livre de ficar inerte num fim de semana com sol, só porque te apetece achar que és o centro do mundo. Isso era o que faltava!
– Dá-me um beijo!
– Vou lavar os dentes…
– Agora!
– Agora?
– Sim. Já!
– Onde?
… (doze minutos depois)
– Gostas de ser encostado à parde, não gostas?
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