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A chuva não lavou tudo…

O dia nasceu triste. A noite foi interrompida por gente medíocre que se esquece de viver a sua vida e passa o tempo a tentar relativizar a dos outros. O dia nasceu triste porque acordou com sabor a chuva. A chuva que caiu ontem não consegui lavar as mágoas que tenho comigo, e que por vezes o sol disfarça e eu fico feliz por isso. Porque prefiro muito mais viver o sol. A chuva que caiu ontem, não conseguiu levar consigo as tuas eternas duvidas sobre o teu valor. Não te preocupes, ninguém se preocupe com o que tu dizes e pensas. Preocupas-te tu, e com sorte poderei preocupar-me eu…
A chuva apareceu de repente. É preciso dizer ás gotas que tu vales muito. Talvez, porque são muitas gotas, algumas delas sejam desvirtuadas, mas vales. E sabes isso!
O outro dia olhei para ti e tinhas os olhos mareados. Não sei se os tinhas por alguma razão, se apenas porque sim. Mas sei que já os tive assim, há muitos anos…. Quando me olhava ao espelho, sentia a profundidade da minha visão e não conseguia ver nada. Os meus olhos pareciam um poço. Vazio de nada e cheio de coisa nenhuma… Com o tempo, fui aprendendo a viver com isso. A valorizar o pouco que tinha. Valorizei tanto, tanto, mas tanto que de um momento para o outro aos poucos se transformou em tudo o que sou hoje. E o que sou? Podem perguntar todos vocês. E eu respondo ao sabor da chuva que cai firme no alpendre da janela da sala, “sou aquilo que me fiz!”. Mas não sou como as nuvens que trazem chuva que não me molha o rosto, porque estou na nossa sala, mas me molha a alma porque a tua está encharcada em insegurança e dúvidas. Deixa-te estar. É melhor assim, houve uma altura em que a minha alma era impermeável a tudo. Prefiro encharcá-la. Vai fazer-te bem, secá-la depois. Prometo!

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