… O que aconteceu? Se eu não estava à tua espera. Aconteceu! Simplesmente aconteceu… As esperas do coração são mais lentas e demoradas. Custam mais a passar as horas quando queremos muito. Quando a pessoa esperada não vem na noite combinada, nem na outra que se segue nem nas semanas seguintes. O amor acontece quando menos se espera. Mas os afectos – apesar de todos serem amor – nem todos são desejo. Desejo carnal de sentir a pele. A dolorosa espera que sentir o cheiro de mais alguém que não o nosso. Essa espera não mata, mas mói e dói. Já esperei pouco. Muito. tanto. Demasiado. Já desisti de esperar algumas vezes e já me arrependi de o ter feito, da mesma maneira que já me arrependi de ter esperado … mas também já tive a sorte de não esperar. De fazer esperar. De que gosto mais? Confesso que é mais confortável fazer esperar do que aguardar que alguém nos diga que é hora de matar o desejo. Os afectos são lixados quando levados a ferro e fogo. Não me orgulho de fazer esperar, porque entendo uma relação numa troca de efectos de igual para igual. Hoje espero eu, amanhã esperas tu. Sem cobrança. Apenas porque tem de ser. Porque a vida não é como a sonhamos. É a vida… com tudo de bom e menos bom que ela tem.
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