… Hoje o dia acordou como se fosse Outono. Cheguei do Alentejo fui passear. Fui ver o rio só porque sim. Não fui o único, estava lá muita gente, mas muito menos do que seria de esperar para um Domingo à tarde. Lisboa é linda, tem coisas que mais nenhum lugar do mundo tem, por isso ali junto ao rio há uma mistura de gentes. Cada uma com a sua história, cada uma com a sua felicidade ou não. Famílias, muita gente sozinha. Estranho, gente sozinha num Domingo à tarde, não é? Mas talvez por ser exactamente Domingo o bom seja ficar sozinho. Eu gosto de Domingos comigo, aconchegadinho a mim. É assim uma espécie de dever, dever de sonhar aos domingos para que a semana corra bem. A olhar para o rio, num dia de Verão que mais parece de Outono, atrevo-me a sonhar e a pedir mais do que tenho. Já tenho tanto, agradeço tudo o que tenho, mas sei que mereço ter um final feliz, daqueles como nos filmes. Cá me palpita que ali pelas margens do rio andava muita gente a pedir o mesmo, vamos ver quem tem a sorte de ser ouvido. Porque nunca se sabe se nos Domingos Deus nos ouve, dizem que é o dia do ‘descanso do senhor’.
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