... O despertador tocou ás sete da manhã. As cinco já tinha os olhos abertos e o pensar em ti. Sai da cama, abri a janela. Arejei o quarto, tomei duche, vesti a roupa de ontem, fiz a cama, bebi um iogurte, fui trabalhar, comi um pão com manteiga e um abatanado. Fui treinar. Fui ao Supermercado. Comprei cereais, maças vermelhas e leite soja. Andei nos corredores. Meti-me no carro. Subi as escadas entrei em casa que cheira a nova e arrumei tudo nos lugares. Liguei o computador. Desliguei. Sentei-me no sofá. Levantei-me. Vesti o teu casaco preto e desci a rua a pé. Passei pelo príncipe real, pedi uma limonada com este frio mas talvez me fizesse estar perto. Segui com o copo na mão. Passei o miradouro, dei voltas no chiado, bebi um capuchino na Bénard. Desci a rua Garret. Fui a lojas onde entrei e sai. Andei toda a avenida da liberdade. Subi tudo em direcção ao rato. Parei por parar no pingo doce. Subi a calçada longa e inclinada de volta a casa. Liguei o computador escrevi uma crónica e desliguei. Sentei-me. Levantei-me. Desci as escadas ainda com o casaco preto vestido e fui ao cinema do El corte inglês a pé "a sério que foste a pé!?". Vi o filme que falamos. Também não gostei. Voltei de taxi. Noite. Muito noite, chuva e frio... Fiz isto e outras coisas, mas é como se não tivesse feito nada. Sei que fiz, mas não senti. Fazes-me falta para que volte a sentir. A sentir o prazer de nada. O prazer de tudo, do muito, do chegar lá...
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