… Enquanto olho para cima. Não olho em frente!

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‘Cláudio, sossega lá um bocadinho e olha para o céu. O que vês?’. Não sei o que vejo, não vejo nada.. talvez por causa das nuvens. Têm sido momentos tão complicados que muitas vezes o céu fica demasiado longe para ser observado à distância da serenidade. O que eu queria mesmo? Era não ter que olhar para cima, não ter que procurar lá em cima uma palavra que me tranquilize cá me baixo. Mas a vida não é como nós queremos, muito menos como eu quero. Mas posso parar aqui um bocadinho e olhar. Olhar. Apenas olhar na esperança de, enquanto olho, me apareça qualquer coisa que me ajude a ler o que se passa aqui por baixo. Não se consegue ler com as linhas turvas, os acontecimentos atropelados, a mesquinhez à volta nem quando estamos intoxicados. Não se consegue, mas pode ler-se. Olhando para cima, ainda não consigo ler, mas consigo respirar. É como se precisasse de olhar lá para cima, e o meu corpo estivesse submerso em água e só a olhar para cima, e com a cabeça de fora consiga respirar. Respiro aqui. Tranquilo, lentamente. A olhar, só a olhar. Olhar o tempo que for preciso, dê o relógio as voltas que der. Olharei convencido que um dia não preciso olhar para cima, vai bastar-me olhar em frente. Disso não tenho duvidas!
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