E acordamos do sonho! Olhamos à volta e vimos que temos que começar outra vez. Vamos empacotar caixas. Meter lá dentro tudo o que está aqui a ocupar espaço e que se juntou ao longo destes meses. São objectos, escritos, molduras, rabiscos tudo misturado com um mar de pensamentos que também se empacotam e que vamos tendo enquanto fechamos as caixas. Porquê? Porque é que tem que ser assim? Porque – dizem – a vida tem mais graça quando as dificuldades aparecem e com o passar dos dias olhamos para trás e vimos que as resolvemos. Vamos empacotando. Vamos rindo disto e daquilo. Para onde vamos agora? Qual é o caminho? Se eu soubesse… Ah! Se eu soubesse! Não estavamos aqui a empacotar coisa nenhuma. Mas continuamos a rir. Rimos um com o outro. Um do outro. O que importa é rir e sem dramas.Não tenho paciência nem tempo para grandes dramas. Foi um sonho. O descanso do guerreiro. Foram uns meses bons, mas agora é altura de partir para outra. Juntos. Claro! Mas partimos para onde? Logo se vê. Agora, abrem-se as asas, criam-se histórias, inventam-se oportunidades para que o sonho volte. Por enquanto ficam as gargalhadas a saber a sal, porque acordamos do sonho!
Temos que empacotar as mensagens, os telefonemas, o Sushi, os sumos de laranja, Espanha, o chouriço mal assado na rua, as febras a saber a queimado, a marca do fato de banho, o arroz de pato, o chiado, a planta, a desarrumação da casa, a roupa a cheirar a detergente, Roma, a noite, o dia cheio de sol, o chá quente quando chega o frio, o jardim, o terço, os espelhos, as telas, as fotografias, o book, o cinema, a discussão dos filmes, a musica espanhola que ganhou a batalha, as massas, os livros, molho Pesto, as aventuras, os gritos, as gargalhadas, a cola light, as pizzas e o Mac Donald’s, os restaurantes, o gel de banho, os hoteis, os aeroportos, o comboio, a praia, a internet, as perguntas e as respostas, os azulejos escritos a encarnado e preto, as velas com cheiro… empacotamos tudo e fechamos com uma cola muito suavemente para não fixar. Porquê? Porque vamos voltar a sonhar e temos que tirar tudo cá para fora outra vez…
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