… Eu e as perguntas parvas!

Por
… Fartinho de gente pequenina…!
… Estas coisas acontecem com toda a gente que está exposta claro, mas a mim acontece muito. Vezes demais… hoje no meio de um trabalho o telefone toca insistentemente, eu atendo. 
– Boa tarde, Cláudio Ramos?
– Sim….
– Olhe somos do jornal, blá, blá, blá… (dito sério) e queríamos fazer-lhe a grande entrevista para Sábado. Tem disponibilidade?
– Claro que sim, mas para este sábado, só se responder por e mail…
– Pode ser. Vou enviar-lhe e responde-me até quinta feira?
– Sim… hoje mesmo.
E eu, como prometido, sento-me no computador para responder ao senhor jornalista. Que supostamente quer falar sobre o blog, e o mundo encantado da Blogosfera. Diz que o Eu, Cláudio que ‘é novo, lhe chamou a atenção pela ironia, mas também pelas revelações entre linhas’… Hum, hum!! Começamos mal, caro Jornalista. O blog existe desde 2006, logo não é ‘uma febre no comboio dos famosos que têm um blog‘… Muito bem, a conversa dele continua, as perguntas parecem-me todas mal preparadas e sem mais nem menos a fatal pergunta. ‘e o Cláudio, como lida com os boatos da sua sexualidade?’ Ora, esta pergunta original (super original) aparece entre estas duas:
. Acha que a economia do País ajudou ao desenvolvimento da blogosfera?
. O Cláudio é o tipo de pessoa que se consegue desligar do mundo virtual aos fins de semana?

Vê-se que o senhor jornalista não faz o trabalho de casa. Primeiro, se fizesse via que o blog é actualizado todos os dias, logo aos fins de semana também cá ando. Segundo, o que tem a pergunta da sexualidade a ver com a economia do País?… Credo, nem que pagasse uma taxa por cada queca que dou!!
Enfim, não há um comentário, uma entrevista, uma conversa, que a fatal pergunta não apareça ‘e o Cláudio, como lida com os boatos da sua sexualidade?‘. Uma pessoa no começo estranha, depois entranha. E porque tenho eu que lidar seja com o que for, e mais ainda porque serão boatos? E desde quando a sexualidade de alguém , quando vivida em consciência e dentro dos limites do legal e do bom senso, se pode tornar um boato? Num mundo onde se morre de fome, onde pessoas que trabalharam uma vida inteira não conseguem comprar remédios na farmácia porque a reforma não chega, onde temos crianças que vão para a escola com fome, professores que proíbem que os alunos almocem porque os pais não pagaram a mensalidade, onde o gasóleo sobe dia sim outro também, onde os ladrões de bancos se passeiam na rua como se tivessem roubado uma maça na frutaria da esquina, onde existe um ‘casa dos segredos’ um ‘Vale tudo’ e até onde se inventam amores com futuras mediáticas com actores do CSI, a pergunta mais interessante que há para fazer é sobre a minha sexualidade? Ou somos nós muito pequenos, ou sou eu muito grande? É que não entendo. Não entendo mesmo. Uma vez, duas, vinte que fossem até se percebe (que eu tenho espelhos em casa) mas sempre? 
Senhor jornalista, se não se importa, fica para o sábado seguinte. Cara a cara. Acho mais… oportuno!
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