A fé dos homens!

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… Manhã cedo. Roupas novas. Cabelos penteados. Fatos a condizer. “Olás!” que se dizem de ano a ano. Encontros de familias. Uma praça cheia de gente. A caravana do algodão doce e do torrão. Os sinos a tocar. Gente que se esbarra um ano depois e pára numa esquina a falar das aventuras. Reencontros. Fé. Missa. Gaiatos na praça e no rossio com roupas novas sujas de terra batida marcada pelos saltos dos sapatos novos que quase sempre são do tom da camisola comprada para este dia. Um sol bonito. Amigos a rir à gargalhada. Outra geração. Alecrim. Flores. Mais flores. Cafés cheios de gente. “Com tanta gente, a Vila parece Lisboa, pai!” . Casas pintadas de branco ontém para estarem bonitas hoje. A banda a tocar na rua. O silêncio. As passos que se ouvem num silêncio. Colchas nas sacadas. Crianças vestidas de anjinhos. Pessoas ajoelhadas ao passar de um andor. Dois andores. O encontro do senhor dos Passos com a Virgem Maria. Três andores. O roxo. A multidão bem arranjada em silêncio absoluto a deixar ouvir ao fundo a gritaria da criançada na praça. O sermão do encontro. Lágrimas. Promessas, Pés descalços e ensaguentados. Renovação de esperanças. Velas. Mais lágrimas. Baixamos a cabeça. “passa, o Senhor Jesus dos Passos!”. Entra na igreja. Voltam as roupas do costume mas mantém-se a fé dos homens.
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