…‘Cláudio vem do latim “Claudus” e significa “diferente”. Tem paciência para dar e vender, afinal não se irrita facilmente. É um sonhador… vive num mundo encantado! Às vezes gostava de andar na máquina do tempo e voltar à sua infância. Como isso não é possível, agarra-se aos amigos para grandes aventuras!‘ Hoje é dia do Cláudio, foi a Rádio Comercial que me lembrou e lembrei-me eu de achar graça ao facto de ter um dia no calendário sem nunca me ter dado conta. Fui ver a descrição porque acredito nestas coisas. Fiquei desiludido e preciso de reclamar dela. Nem tudo é como se diz: Eu sou de facto ‘diferente’ da maioria, sinto isso, percebo isso e quem me conhece sabe isso. Muitas vezes não entende a diferença, mas eu estou quase sempre convencido que esta minha diferente maneira de ser e estar é boa para quem me rodeia. A parte da paciência não é verdade, eu não tenho paciência para dar e para vender e dificilmente a tenho se não passarem duas horas depois de acordar. Não tenho muita paciência. É um facto! Muito menos para dar e vender, não sei onde foram buscar isto. E ao contrário do que dizem, irrito-me muito facilmente, mas não me irrito com o que a maioria se irrita. Faço-o com pequenos gestos, palavras, detalhes… Mas irrito-me. Nem sempre manifesto o tamanho da minha irritação, porque quase nunca acho que valha muito a pena mostrar a quem não está no leque das pessoas que quero coladas ao meu mundo. Isso foi a vida que me ensinou, ‘se não são para ficar… deixa-os estar!’ Sou um sonhador! Aí acertaram. Sonho muito, muito tempo e muitas vezes. Sonho acordado, a falar com pessoas, sonho sozinho, a trabalhar… Se as pessoas imaginassem o que imagino nos meus sonhos eu ficaria com receio de voltar à realidade. Não é verdade que por sonhar viva num mundo encantado. Tento que seja, nem sempre é, cada dia está mais difícil de ser, mas não quero ser injusto com o mundo que tenho, que tem dias em que se torna ‘encantador’. É verdade quando dizem que adorava andar na máquina do tempo. Sou muito saudosista. Perco-me em memórias. Vivo hoje muitas coisas que me estão na memória. Uma música, um cheiro, um objecto, uma rua, uma imagem trasportam-me imediatamente no tempo, mas não necessariamente à minha infância. Ando muito para trás e para a frente no tempo. Faço rodas de vento com a rapidez que ando de um lado para o outro. É isto, achei que devia esclarecer quem inventou a minha definição. E sim, gosto de amigos e de aventuras, mas gosto muito mais que os amigos se aventurem comigo. Não o fazem. A minha maneira ‘diferente’ de ser não os deixa fazer. Ou talvez não me deixe a mim… falemos disto outro dia. No dia dos amigos, por exemplo. Combinado?
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