Resta-me rir de mim!

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Hoje tive saudades tuas quando ia, ainda de noite, para o trabalho. Sete da manhã é ainda noite, sabias?… Tenho uns ténis novos que comprei por 3 euros na H&M que achei muita graça mas que pelos vistos não agradam a ninguém, mas que me alegraram quando os comprei. No estúdio todos gozaram com os meus ténis de xadrez cinzentos e eu a achar que tinha feito a compra da temporada. Chuvia miudinho e resolvi também levar um casaco preto que não sendo brilhante me faz sorrir também. Fiz o caminho a pé com saudades tuas e principalmente minhas. Ri. Tinha saudades de rir sozinho, embora sempre tenha rido de mim e comigo, parece que de vez em quando me esqueço que me faz bem… Tive saudades tuas também ontém, que quando estavas a jantar à minha frente bem notei que o encanto do primeiro jantar e os temas de conversas eram outros. O encanto pode ser maior ou menor, depende sempre dos dias e da nossa disposição de encantar e ser encantados… mas os temas foram mais chatos. Eu estou bonito com este casaco preto e os ténis que ninguém gosta. O dia começa agora a nascer, e eu continuo a ter saudades tuas. E das tuas coisas, tanto, que por vezes esforço-me para ter saudades de coisas que ainda não aconteceram (nem sei se vão acontecer). Um dia acredito. Outro deixo de acreditar. Olha, vou guardar estes ténis que ninguém gosta e um dia eu calço os meus e tu os teus e rimo-nos do sofrimento de cada um… Dos ténis, claro! Que foram tão desprezados hoje. Resta-me o meu sorriso franco e aberto. Também já tinha saudades dele! Principalmente de me rir dele. É tão bom quando não nos levamos demasiado a sério.
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