… Atenção: não culpo a imprensa do mal que Judite poderá estar a passar neste momento, mas tal como um ben-u-ron, se pudermos ajudar um pouco, não nos custa. Devemos informar, mas se for preciso metemos um travão, sob pena de fazer estragos com difícil reparação. Todos devemos pensar nisto: Judite de Sousa internada e mais uma vez massacrada mediaticamente. Não acho justo! Não sou amigo da Judite e sou daqueles que acha que a verdade que rodeia uma figura pública deve ser contada, sempre e desde que seja do interesse do público. Judite de Sousa é uma jornalista de enorme mediatismo e importância em Portugal, por isso a sua vida tem relevo mediático. Desperta curiosidade. Quando leio que pede respeito pelo seu filho porque ‘não era figura pública’ não percebo porque não se respeita. Não percebo porque escuto coisas como escutei hoje, e li, e voltei a ouvir e voltei a ler… Que pelo facto de André ter estado ao lado da mãe em momentos fundamentais da sua vida o tenha tornado numa pessoa pública, que o facto de Judite ter escrito um livro em homenagem ao filho o tenha tornado numa pessoa de interesse público. Não! Lamento mas não. Ou até podia ser que sim, mas por amor de Deus estamos a ver uma mãe a sofrer a pedir calma, respeito e alguma consideração por um momento doloroso e ainda se questiona se devemos ou não respeitar? Por amor de Deus! Que Portugal é este? Estamos perante uma mãe que sofre a olhos vistos a perda de um filho sob o escrutínio do público. É um buraco que fica ali para sempre. Existem muitas outras ‘mães’ a perder filhos todos os dias também sei isso, mas não nos custa a todos e cada um de nós respeitar a memória do filho, tal como Judite pede. Não expormos, não explorarmos, não divagarmos. Eu, como vos disse, gosto de saber, é minha função informar, opinar e comentar. Mas eu – e talvez seja essa a diferença – sei exactamente onde começa e acaba a linha daquilo que é do interesse do público, para quem é de interesse público, e o que é devaneio para quem gosta das luzes da ribalta. No mundo dos famosos, quer se queira quer não, de vez em quando é preciso usar dois pesos e duas medidas. Mesmo que contra mim fale. Aqui, e metendo os pratos na balança, acredito que todos devemos recuar um pouco. Informar, claro que sim. Apenas e só aquilo que interessa. Está na consciência de cada um fazer essa selecção. Somos todos pais, mães, filhos. É só pensar. De vez em quando, é importante ‘calçar’ os sapatos dos outros.

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