… O António (A variação à frente do tempo)

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… Acabei de ver hoje, pela terceira vez, o filme Variações. Já tinha dito que o acho muito bom. Bom porque gosto de ver este reconhecimento a António Variações, porque gosto do Sérgio Praia, porque o realizador é muito bom e porque me deixou colado ao ecrã desde o primeiro ao último minuto com vontade de mais. Vim para casa ver mais, descobrir mais. Eu já sabia muita coisa do António Variações desde muito novo, porque o meu pai era admirador, e com a internet tudo se vai conseguindo saber. Perceber o tanto que estava à frente e de repente, entre vídeos do youtube programas antigos, fotografias no google dou comigo a pensar que somos uns macaquinhos de imitação quando em 2019 nos metemos frente a uma máquina fotográfica ou lente de telefone, cheios de caras e bocas, com poses estudadas armados em espertos pioneiros  ver quem faz melhor, quem mostra mais convencido que quem vê acredita, que que mostra, não quer mostrar nada…, porque na verdade já o Variações o fazia para ele e para as suas coisas, quando não era suposto fazer-se. Quando não havia telemóveis, nem selfies, nem nada que se pareça, para lá do talento, da criatividade e da vontade de passar uma mensagem, que foi bem passada porque a verdade é que chegou. Pode ter demorado, mas chegou! O filme está aí, e o orgulho que tenho de ver salas cheias de todas as vezes que fui? Juro que sim! Arrisco-me a dizer que de todos os filmes portugueses – e eu sou capaz de ter visto os mais recentes todos no cinema – este é o que tem mais espectadores, porque tínhamos sobre ele muita expectativa. E digo ‘tínhamos’ porque me parece óbvio o plural a avaliar pelo numero de gente que o foi ver até agora ao cinema. O bom é sempre bom. O Variações é bom em Variações e o Sérgio é muito bom a fazer dele e o João Maia é ótimo a mostrar a todos através da sua lente a vida do Variações, porque a lente do  Maia são  – naquele momento – os olhos do António.

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