O que fazer quando já não se pode fazer nada?

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Hoje. A esta distância. Ao som desta música. Dou por mim a pensar em ti. Que estarás a fazer? Imagino-te sempre como naquela festa de Outubro em pleno Coliseu. O Outono das nossas vidas. Eu de fato preto listado da Zara, camisa branca, sapatos de marca, o cabelo desalinhado. Tu, não me lembro da roupa, mas lembro-me do sorriso. Sempre aquele sorriso, que me fascinava. Que ainda me fascina. E pensar, a esta distância que tentei resistir-te, que tentaste resistir-me. Ainda sem saber que seria o melhor da tua vida e tu da minha, ou pelo menos aquilo que me despertou para uma vida adormecida. Hoje. A esta distância. Ao som desta música, – sabes qual é? – recordo a primeira vez que dançámos. Não esta música. Outra. Ainda meio descompassados e receosos, tentámos. As palavras que segredamos essa noite, nessa dança, serão eternas. Lembro os comentários dos nossos amigos, que sentiam a nossa aproximação. E entre olhares mostravam aprovação, ciúmes e alguma inveja… Hoje. A esta distância. Ao som desta música. Lembro as juras de amor eterno em meados de Novembro. Uma temporada que teimava não querer passar, aqui no coração. As nossas mãos entrelaçadas não se queriam separar e doeu a noite em que num carro embaciado pela respiração cheguei à conclusão que tavez fosse mentira. Hoje. A esta distância. Ao som desta música. Dou por mim a pensar em ti. Recordo-te. Lembro-te. E respiro a esperança de ter que fazer alguma coisa, mesmo que já não se possa fazer nada. Porque te amo!
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