… Esta capa da revista vogue é das mais bem conseguidas até hoje em Portugal. Não sou íntimo da Jessica Athayde nem ela me pediu para escrever isto, mas gosto tanto (mesmo muito) quando num País tão formatado como o nosso alguém arranja coragem e salta da altura dos seus sonhos em direcção ao desconhecido. Jessica guardou para ela o seu casamento secreto com Gonçalo Claro enquanto por cá todos esperávamos que fizesse um casamento de sonho (que deverá acontecer lá mais para a frente) . Não é a revelação do seu casamento que me surpreende. O que me agrada é a forma como tudo foi ‘embrulhado’. É bonito! Numa entrevista despida de tudo, Jessica fala sem complexos. Do corpo e do amor. O corpo, como o tem, como se acostumou a gostar dele e como hoje, com cicatrizes, estrias ou gorduras localizadas, gosta de o ver ao espelho. Fala do amor ao seu amor. Da decisão bonita de casar longe porque fazia todo o sentido e também porque “não estava a lidar bem com a pressão de um grande casamento…” como me disse. A matéria ilustrada por fotografias autênticas, despidas de tudo – não só de roupa – e captadas pela lente do seu amor tornam tudo ‘isto’ raro em Portugal e obrigatório de reter, não só pelos fãs de Jessica ou pelos profissionais do meio (jornalistas e figuras), mas acima de tudo pelos que acreditam que a vida nos pode surpreender ao virar da esquina!