… E quando se olha para eles com o sono tão tranquilo e sereno fico com o coração partido de saber que vou ter que a acordar e dizer ‘Nô, hora de escolinha!‘. Está frio. Muito frio… ela não ouve. Depois finge que não ouve. Depois ouve e vira-se para o outro lado. Espreguiça-se. Insiste ficar com o dedo na boca. Tiro-lhe a roupa de cima, ele resmunga e puxa novamente. Aninha-se como se pudesse ficar ali mais uma hora. Mas não… serão no máximo 5 minutos. É o tempo de aquecer o quarto de banho. Aquecer a sua roupa, que entretanto escolheu de véspera, preparar-lhe o lanche para levar para a escola e o pequeno almoço. Levanto-a devagarinho. E ela abraça-me a cheirara dormir. Com os olhos fechados, o dedo na boca vai para o quarto de banho… começa outro dia. Está frio. Muito frio. Está mesmo muito frio no Alentejo, e o meu coração de pai reclama por mais horas de sono para a minha filha…