Palavras. Nem sempre o vento as leva!

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Quando não temos que dizer invetamos. Subimos a um caixote de madeira e gritamos o que temos para dizer, que acabou de ser inventado apenas para dar alento à nossa vontade de falar. De comunicar. De nos fazermos ouvir… Conheci um profeta que tinha tanto para dizer ao mundo que por não conseguir falar por falta de coragem morreu engasgado. Lá longe. Muito longe, os seus amigos precisavam de falar, de ouvir, de gritar e – muito de vez em quando – chorar. Chorar discretamente. Porque os homens não choram. Não é? Os homens não choram. Não sofrem. Não sentem. Não se enganam. Não isto. Não aquilo… Este profeta que conheci gostava de ser homem mas também gostava de chorar, sofrer, sentir e enganar-se como todos aqueles que não são. Foi com este profecta que aprendi a fazer tudo isto. E é por causa dele que me apetece hoje subir a um caixote e gritar a felicidade de, pelo menos me fazer ouvir. Aqui em cima deste caixote de madeira tenho a noção de que as palavras me saltam da boca, atravessam espaços e tocam quem precisam tocar. Pode ser uma pessoa apenas, ou um milhão. Não importa a quantidade. Interessa-me a qualidade… Até porque quando queremos fazer alguém feliz e não temos o que dizer, inventamos!
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