… Hoje no meio de uma conversa de trabalho alguém dizia ‘todos nós temos duas caras. Dois lados, não adianta dizerem que não!’. Sabem aquele certeza idiota de que, se um pensa assim, o resto do mundo também tem de pensar? Exacto. Foi assim que me senti. Fiquei um pouco a pensar naquilo, fui treinar, escrever, organizar a minha vida, mas aquilo bateu-me a tarde toda. E se eu tiver duas caras? Não. Não tenho! Mas posso ter dois lados (que é diferente), acho que isso sim, todos temos. Até mais que dois lados, porque feitas as contas, os lados podem ser tantos – ou até mais – do que os do velhinho cubo mágico, porque temos um lado para casa ocasião e situação. Podemos dizer que não, podemos ser politicamente correctos e assustadoramente verdadeiros, mas feitas as contas, bem feitinhas, a chata da conversa que tive à tarde é capaz de ter razão. Agora, o importante é escolher o melhor lado, tentar perceber aquele que é melhor recebido e o que não nos deixa ficar mal, não nos deixando acima de tudo, o carácter de lado. Isso nunca. Porque podemos dar a volta que quisermos, mas quem tem carácter, não o deixa de lado, para mostrar outro lado qualquer. Perceberam?
Cláudio Ramos nasceu a 11 de Novembro de 1973, às sete da manhã na sua casa de Luanda, de onde sairia com dois anos para se apaixonar para sempre pelo Alentejo e pelas suas gentes, onde se mantém até hoje, apesar das dificuldades...
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