Quando o telefone toca…

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Passo o dia inteiro a pensar nas oito da noite altura em que sei que me vais telefonar e contar tudo na tua linguagem… O teu dia, o dia da mãe, dos amiguinhos, a vontade de ires para a escolinha, as brigas com o avô, os desenhos animados da 2:, a dificuldade de fazer có-có… Tudo para ti é uma história. Uma maravilhosa história que muda a minha noite. Já te conheço só pelo tom da tua voz, e imagino imediatamente o teu sorriso, quando me ligas com os teus dois anos e meio, e dizes assim que eu atendo: “É a tua filha!”. Já chorei tantas vezes de emoção quando te ouvi dizer isso pela primeira vez… fico com um enorme aperto no peito, quando te despedes, sempre da mesma maneira: “beijinho, adeus, até logo…”
Fico também muito triste, quando me atraso um pouco e te ligo uns minutos depois das oito, e já não tens tempo de falar comigo, porque estás a ver os desenhos da 2: e nessa altura o mundo pára só para te ver brincar frente à televisão. Nesse instante, não estás nem para mim nem para ningém… dizes que “não quero”, falar ao telefone… e dás rapidamente um “beijinho, adeus, até logo…” ao telefone, mas sem histórias coloridas que definem como será a minha noite.
Se é assim que queres. Seja feita a tua vontade. Hoje e sempre, que a minha obrigação é obdecer aos teus critérios. Para que sonhes, sejas feliz e te orgulhes muito de ser minha filha… É claro que a mamã, tem mais trabalho. Não se podem fazer todas as vontades da pequena princesa… Mas isso agora é outra história 🙂

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