… Saudade (quem nunca?)

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… Tenho em mim todas as saudades do mundo. Sou muito saudosista. Isto é uma coisa má? Acho que não é. É uma coisa boa! Guardo comigo as recordações de coisas que vivi, que vi, que senti. Chego a ter saudades de algumas coisas que não vivi e, seguramente, não vou viver. Tenho saudades de pessoas, de lugares, de cheiros, de livros, de pratos, de roupas, de caminhos, de canções…. Na verdade, não sei se é exactamente disso que sinto saudades, se daquilo que sentia em determinado momento quando registei isto de que vos falo. Sou assim e pronto. Complicado, difícil de entender e uma das coisas que mais me atrapalha nas pessoas é perceber que elas não têm a palavra ‘saudade’ no seu vocabulário. Não a têm, não a sentem, não valorizam a palavra… Parecem-me pessoas sem história, ou com menos história que eu, tal como imagino a história de cada um. Esta palavra, que só existe em Portugal, que não tem tradução e não se explica para lá do sentir, é das mais bonitas que conheço. Há um poema de Ary Dos Santos, que Simone de Oliveira imortalizou, chamado ‘Sete Letras’ e que descreve, como seguramente ninguém o conseguiu fazer até hoje, a palavra ‘saudade’. Existem outras maneiras, outros sentires. Saudade, da mesma forma que não se traduz, não se explica… Pode ser só um nó na garganta ou um sereno estado de alma.  Tenho-a colada à alma e  gravada na pele. Quem nunca?

 

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