– Dá cá isso! (e arranco-lhe a almofada debaixo do pescoço tatuado)
– Eu cá não percebo isto… ( reclama)
– O quê? (pergunto, com um sorriso, de quem se faz de parvo)
– Mas porque tens tu três almofadas e eu uma?
– Olha, porque eu gosto assim!
– Dá-me isso! (arranca-me a almofada, já arrumadinha em cima das outras duas)
– Aiiiiiiiii!! Não sejas chatinho!
– Toma lá a almofada! Só tu, porra!
E ali se passa um serão. Tocados vagamente, com cheiro a Inverno, creme do corpo. Cúmplices daqui a nada.
– O comando?
– Não sei!
– Mas tava aqui, agora mesmo (procura no meio dos lençóis)
– Então se tava não fugiu! (o comando cai ao chão de madeira. Um barulho horrível!)
– És sempre a mesma coisa!
– Então eu tenho culpa que o comando caia?
– Dá cá isso! ( muda de canal. Para o 33, onde há apenas a claridade do ecrã a iluminar o quarto) – Anda cá!
– … (silêncio)
(tempo depois)
– Deves estar cheio de fome?
– Estou cheio de fome! (a caminho do frigorífico)
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