… A Capa da Guiomar (Que devia abrir um novo ciclo)

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… Ana Guiomar é a inesperada protagonista da capa GQ deste mês. Inesperada, porque a sua imagem está longe daquilo que as revistas de moda chamam para destaque. Também sei que está na ‘moda’ elogiar-se o corpo ‘normal’ (com muitas aspas porque detesto esta expressão), o corpo da mulher com formas, da mulher real e mais umas quantas coisas politicamente correctas, mas como trabalho no meio, sei muito bem o complicado que é tomar esta decisão. Meter Ana Guiomar na capa desta revista é um gesto de coragem que devemos elogiar. Gostaria que com este gesto se abrisse um caminho onde várias mulheres (e homens) com talento e mensagem a passar possam receber o mesmo cuidado sem sofrer com a pressão de ter que manter o corpo nas medidas que, alguns no mundo, acham as certas. Não adianta dizer-se que no mundo existem modelos de maior tamanho que são capas de revista, que por cá já se fez uma ou outra, porque aqui falamos de uma realidade que não está mascarada. Falamos de uma actriz muito conhecida, com o corpo típico de uma mulher portuguesa que consegue o feito sem para isso gritar, meter-se em bicos de pés, ou barafustar para reclamar o seu lugar, apenas usando, para aqui chegar, a voz do talento e o corpo que o envolve. Para muitos, o feito pode não ser nada. E na verdade é ‘apenas’ a capa de uma revista, mas – como já disse – trabalho no meio, sei o que isto significa para o meio onde a Ana Guiomar trabalha, sei o que significa para ela, para o mundo das revistas e, mais importante que tudo, para as muitas mulheres ‘tipicamente portuguesas’ que olham para esta capa e pensam: ‘Podia ser eu. Porque se me deitar em casa, de barriga para baixo no sofá da minha sala, fico igual’. E isto tem muito mais valor do que se pode imaginar. Acho eu!

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