… A felicidade simples!

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… Escrevi aqui o outro dia sobre felicidade e recebi muitas mensagens de pessoas que falavam da capacidade de se ser feliz quando não há nada que ‘nos faça felizes’. Como é isso possível? Na verdade não saberia responder a essa questão, porque eu tenho a sorte de ter encontrado sempre felicidade nas coisas que fui fazendo na vida e nas que não fui fazendo também. Talvez seja um trabalho complicado de fazer, esse de agradar aos outros mas acima de tudo agradar a nós mesmos. Não sei se a felicidade que muitos procuram não está no meio desse caminho. A minha não! A minha está em mim. Em agradar-me a mim, em perceber que me sinto feliz com as minhas escolhas mesmo que elas agradem pouco ou nada ao resto do mundo. Sei que há um peso que nos vem colado à pele e que muitas vezes nos obriga a achar que o bom é fazer direitinho, para que todos aprovem e depois chega a felicidade porque agradamos, se não a toda a gente, a muita gente. Nada mais disparatado. Nada mais absurdo. Nada mais falso e nada mais feio. Se nos preocuparmos em agradar muita gente perdemos a nossa identidade e é impossível fazê-lo. Eu detesto gente que tenta a todo o custo agradar-me. Dá-me mais prazer perceber que as pessoas têm a capacidade de me criticar, de perceber o caminho mesmo que não o entendam e nem o partilhem. Não deixo de gostar delas por causa disso nem as valorizo menos. Pelo contrário. Valorizo muito quem tem uma opinião forte, ainda que diferente da minha mas forte e bem argumentada. Significa que sabe o que quer, que não é uma ‘maria vai com as outras’. Gosto muito disso! Eu tento ser assim. Não ir atrás, não dizer porque sim, não ir para onde vão todos, não achar o que todos acham, não pensar o que todos pensam. Há sempre pelo menos dois pontos de vista diferentes de cada assunto, porque haveremos de ser felizes ouvindo apenas um? Percebendo apenas um? Acho que a felicidade – ou parte dela – pode passar por descobrirmos sempre outros lugares de cada canto. Eu falo muitas vezes de ir aos mesmo lugares por ruas diferentes, porque se fizermos isso estamos a sentir a novidade. Eu gosto da novidade, ainda que seja simples. O mais bonito, é descobrir o bonito que ninguém vê nem percebe.

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