… A revista Cristina, O Ruben e Eu (Ou a revista para lá da capa!)

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… Falemos então da revista Cristina deste mês. Acabei ontem à noite de a ler. Fez-me ainda mais sentido, depois de ter visto um maravilhoso filme espanhol chamado ‘Quem levaria para uma ilha deserta’. Não me perguntem a razão, mas acho que de vez em quando somos postos à prova da coincidência e de repente, tudo se encaixa. O filme, falava de força de vontade. Da capacidade de acreditar em sonhos, coisas e pessoas. Antes de me deitar agarrei na revista e li com tempo o artigo e os testemunhos sobre aqueles que lutam pelo prazer de amar na deficiência. Amar com prazer porque faz parte e faz falta. Digam o que disserem, se não estamos naquela pele, não conseguimos perceber o alcance da importância de um testemunho que vai chegar a alguém que se revê nele. As linhas escritas, podem mudar a vida de quem o lê. É isto que me encanta nas revistas mensais feitas a pensar no leitor. Isto e perceber que para lá da capa há muitas histórias contadas na primeira pessoa, que não são as nossas nem ‘só’ as da capa, são de pessoas que podem estar ao nosso lado. Eu leio as revistas como leio os livros. Com tempo e dedicação. Não apenas as folheio, porque sei o trabalho que está por trás de cada história contada e a dificuldade em mostrar ao mundo essa realidade em papel. Eu sou dos que as compra e dos que as colecciona, porque os temas estão actuais hoje e muitos serão actuais daqui a anos. Fazer uma revista como a ‘Cristina’ não é ‘pêra doce’ não é só mostrar que vestidos bonitos assentam bem em corpos cintados, que no verão é preciso ter atenção à gordura que se instala antes de se desfilar no areal e que há cores mais na moda que outras… Olhar para dentro da revista, é olhar de verdade para um lado, muito ao nosso lado… Eu compro. Sempre. Já comprava. Sempre. Para lá da capa. Mas eu gosto das capas. Avalio-as quase todas. Gosto mais de umas que de outras. Mas gosto. A deste mês é protagonizada pelo  Ruben Rua – uma capa bonita que me remete imediatamente para um cartaz de cinema – explica lá dentro a sua história de vida, os seus sonhos e a vontade de acreditar neles. Todos precisamos de sonhos e de quem os alimente. A produção está impecável. Eu gosto do Ruben e gosto muito mais ainda da Cristina, por isso quando há coisas que gosto muito digo, quando há coisas que gosto menos digo também. Gostar das pessoas não é dizer-lhes sempre que ‘sim’. O amor é feito de contrariar muitas vezes. Como eu amo esta Cristina que estou a conhecer, só posso ficar feliz porque alguém a ‘ama’ e a faz feliz.  O amor não é uma coisa egoísta nem individual. Deve ser ‘multiplicado’ no melhor sentido da palavra. Gostava que percebessem isso…  Depois te ter feito uma ‘cena de ciúmes’ no programa (eu imaginei que se entendesse que era uma graça) recebi mil mensagens a dizer que não entendiam porque não explicava o que achava da capa, que só podia ser porque ‘tinha ciúmes e inveja do Ruben‘… Devo confessar: tenho ciúmes! Tenho ciúmes e inveja, porque gostava de ter os abdominais dele!! Mas para mim o Ruben, vai além disso. Eu gosto de gente que tem noção das suas capacidades, aproveita as oportunidades e dou muito valor a quem o faz com a espinha dorsal no lugar. Do Ruben, chegam-me elogios de todos os lados. Se tenho ciúmes porque ele está na capa e eu não estive? Não! Eu não funciono assim. Há um tempo para tudo e uma razão que justifica cada momento da nossa vida. Se tenho ciúmes porque o Ruben tem um espaço maior no coração da Cristina? Hum… também não, porque as relações são feitas de tempo e espaço e há tempo e espaço para todas elas. Para crescerem, evoluírem, para se perceberem. Eu fico feliz, por saber que o Ruben tem a Cristina na vida dele e mais feliz ainda por saber que a Cristina tem ali um amigo. Nos dias de hoje, o maior bem é esse. Se eu fico com ciúmes porque ela fez esta super produção com ele onde transpiraram ousadia e sensualidade?… Hum, sim senhora! Têm razão. Mas eu não tenho o corpaço do Rua e sinto uma ‘inveja da boa’ por perceber que juntos funcionam tão bem. Gostava que lessem a entrevista para perceber o que os une, da mesma forma que olhassem com atenção para as outras histórias que estão lá dentro e vão além da capa. Todas têm um fio condutor – naturalmente não é involuntário – falam todas de esperança. A esperança de amar, a esperança de se ser entendido, a esperança de proteger. Somos esperança. Li algures uma frase que nunca me sai da cabeça ‘a esperança não nos morre, porque morreríamos antes dela‘. Era disto que o filme espanhol que vi me falava. De esperança. Da passagem do tempo e da esperança que devemos manter naquilo que acreditamos.

 

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