… Às vezes lembro-me das pessoas que ficam sem retratos. Lamento isso. Eu gosto de os ter em papel. É um bocado nosso e da nossa história, onde voltamos sempre que queremos. Chamam-me antigo por isso. Pode ser que sim. Gosto desta maneira antiga que tenho de ser… Porque quando olho para cada retrato que tenho em casa, e tenho muitos, sinto-me numa viagem que faço por aquele momento. O momento do registo. Consigo lembrar-me do cheiro, do que falava e pensava, muitas vezes imagino-me novamente na situação. Dá-me saudade. Eu sou muito de saudades (tive uma ideia). Sou muito de reviver. Também me chamam saudosista. Também sou. É um facto! Não me envergonha nada o facto de um retrato me emocionar. Não me arrelia olhar muitas vezes para a mesma coisa se essa ‘coisa’ me desperta uma emoção. Tenho milhares de registos digitais, mas não sinto que seja a mesma coisa. Não olho para eles quando quero e não fazem parte da minha rotina. Não estão numa estante, num lugar, não me fazem recuar tantas vezes assim que passo por eles de forma imediata. Não é a mesma coisa. Chamam-me antigo por isso. Pode ser que sim. Gosto desta maneira antiga que tenho de ser. Às vezes acredito que devíamos ser mais antigos. Faz-nos falta!
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