… Ao Zé o que é do Zé!

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…Quando conheci o Zé não lhe achei graça nenhuma. O Zé chegou a uma redacção onde eu já estava e se há uma palavra que o definiria na altura seria ‘espaçoso’ porque falava muito, impunha-se muito, gritava muito, tudo em exagero e para mim qualquer exagero antes das nove e meia da manhã não devia existir. Tenho em mim todos os exageros do mundo, mas só depois das dez horas! Com o dias a passar, fui percebendo que por trás de tanto exagero matinal estava um bom profissional. E como descubro eu um bom profissional? Nas pequenas coisas. O Zé fazia produção e até hoje – e já cá ando há mais de vinte anos – nunca vi ninguém ser tão atencioso e profissional com os convidados que recebia para o programa. Era tremendamente dedicado, zero exagerado quando os acompanhava, dando a eles o espaço e o silêncio que precisavam ter. Não raras vezes muitos convidados me falaram da atenção do Zé com eles. Só um profissional leva o seu trabalho com brio, mesmo que aquilo que faça não seja o sonho da sua vida. Comecei a falar com ele devagar e estranhamente fui vendo nele algumas coisas parecidas comigo quando eu ainda sonhava aos vinte anos. O Zé tinha um sonho que começou a sonhar há muito tempo e entrou pela porta que lhe foi dada. Usou o exagero e a extravagância para se fazer notar. Usou a ‘arma que tinha’ para dizer que não era mais um e devagar, mas ao mesmo tempo muito depressa, foi tendo oportunidades que o tornaram aos olhos do público uma pessoa querida. Claro que há muitos que não gostam mas isso vem na factura e é preciso aguentar e deixar de lado a vitimização porque se nos agarramos a ela não avançamos no degrau e isso o Zé faz muito bem. Não se vitimiza com as criticas. Fez aparições no programa da Cristina, ocupou uma cadeira de comentador no Passadeira Vermelha, depois tem a oportunidade de apresentar o Somos Portugal. O sonho chega às vezes numa hora desacertada. Sabe Deus que voltas deu o ponteiro o o Zé deixa o Somos e abraça agora o comentário de reality. Escrevo hoje sobre o Zé, porque entre mim e ele existam semelhanças impressionantes na vontade gigante de querer fazer e chegar. Na humildade de saber esperar pelo momento certo e, obviamente nas muitas lágrimas solitárias quando as coisas não correm como queremos e planeamos. Em conversas, depois de o conhecer melhor, sempre lhe disse que os passos lentos e vagarosos são mais seguros. Que sabe melhor fazer o caminho devagar porque é mais ‘nosso’. Sabemos que valemos e para o que valemos. Não precisamos que nos digam! Não sei o futuro profissional do Zé, ele é muito novo, mas sei e posso dizer com toda a certeza que neste momento em Portugal o Zé é dos melhores comentador de realitys que temos. Analisa comportamentos dentro da casa como poucos o fazem. É vaidoso do seu trabalho mas não permite que a vaidade se sobreponha nem ao jogo nem aos concorrentes. Eu, que comentei durante mais de vinte anos tudo e mais alguma coisa, tenho propriedade para dizer que o Zé sabe o que faz. Ainda tem que crescer? Claro que sim. Mas está num belíssimo caminho. Seguramente vai chorar quando ler estas linhas, mas também lhe darão força. Também vão orgulhar a mãe que ele tanto admira. E a minha obrigação quando acredito em alguém dizê-lo sem medo. E eu acredito muito no Zé comentador. Acredito mesmo!

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