Por
… Quando eu era muito pequeno, já achava que o mundo era grande. Enorme! Sonhava sentado numa escadaria de pedra antiga num quintal grande de uma casa alentejana. Sonhava com o dia de hoje. Não media, nem podia imaginar o caminho nem as consequências dele. Fui sonhando sempre ao longo da vida. Um degrau mais acima, outro mais em baixo. Fiquei parado algumas vezes, mas nunca desisti nem baixei os braços. Não gosto de desistir, mesmo que tudo pareça indicar o contrário. Aprendi, foi a mudar o rumo, a contornar um obstáculo se for caso disso. Confesso que sonhei ser bailarino, mas rapidamente desisti. Não era esse o caminho. Algumas vezes é preciso saber desistir. O problema é entender . O meu mundo é a comunicação. Qualquer uma, gosto é de comunicar e é por isso que trabalho todos os dias muito, que tento fazer cada vez melhor e não decepcionar. Mas gosto de fazer outras coisas. Aliás, cada vez mais me apercebo que o importante é relativizar, e aprender a gostar de fazer outras coisas. Sinto-me feliz com essa descoberta! Continuo a sonhar muito. Sou feliz! Aos 36 anos tenho uma filha maravilhosa e cheia de saúde, uma família que se gosta  – com os problemas de todas as famílias – amigos que gostam de mim, amo muito, sou amado. Deito-me com a cabeça tranquila – o que nem sempre quer dizer um sono tranquilo – e acordo disposto a abraçar um dia novo e convencido que não se repete. Já repararam que o dia não se repete? É sempre diferente. O mundo é diferente em cada um dos seus cantos. Quando eu era pequeno já o imaginava grande, sabendo que eu seria diferente e que o caminho da diferença nem sempre é o mais fácil, mas é seguramente o que nos faz mais feliz, se a nossa diferença encontrar outra diferença e as duas se tornarem iguais. É isso que faz girar o mundo, por muito grande que ele seja.
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