….Feliz coincidência! Se elas existirem, claro!

Por
… A história conta-se em poucas linhas. Coincidência, pura coincidência. Estava eu a subir o Chiado, como o faço milhares de vezes, e de repente oiço uma voz, como oiço milhares de vezes, ‘senhor, senhor!‘. Alguém gritava. Confesso que fico sempre envergonhado, atrapalhado, e tento até ao último minuto pensar que o ‘senhor‘ não sou eu. Mas era! Olho para trás, e vejo uma rapariga de sorriso rasgado, envergonhada, tímida mas determinada ‘desculpe, comprei agora mesmo o seu livro e queria muito que o assinasse. Importa-se?’ antes de lhe responder já ela o estava a tirar da carteira, lindo, impecável  a cheirar a novo. Mas como vou eu importa-me com tamanho gesto e generosidade de uma simples rapariga? Que entrou numa livraria e comprou o meu livro porque acha que a vai ajudar (não posso contar a razão que ficou só entre nós). Vânia, ficou satisfeita, mas eu mais que ela. Porque são estas coisas que nos fazem acreditar que vale a pena. Tenho a certeza que o meu livro vai ajudar, e muito a Vânia, disso não tenho a mais pequena duvida. E que ela me ajudou a mim também não. São sinais, é preciso aprender a ler. Os livros e os sinais. Obrigado Vânia!

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