Por
… Mataram-me! Não sei – porque ainda não descobri – se o fizeram de propósito se foi sem querer. Não foi uma morte repentina nem fulminante. Está a ser aos poucos mas não sei porquê. Porquê? Porque não me arrancam de vez o coração e o atiram pela janela? Talvez fosse menos doloroso. Mataram-me? Acho que sim, só não sei a razão. Talvez por me ter entregue demais. Por ter sido transparente. Por querer o melhor. Por desejar sempre mais. Por lutar todos os dias para que fosse melhor amanhã. Talvez não o devesse fazer! Talvez fosse melhor deixar andar como andam todos os outros ao sabor do vento sem destino traçado. Mas porquê? Se todos nascemos com ele traçado. Na palma da mão – como diz a canção – ou no nosso imaginário. Se não me mataram de vez ainda, é porque tenho esperança e ela é a última a morrer. Quando acontecer vamos juntos – eu e a esperança- lado a lado para onde quer que seja, porque morto já não me importa para onde vou.
Vou tentar dormir. Preciso de dormir. Quero dormir. Preciso de sonhar. Vou sonhar. Quero sonhar. Quero dormir e sonhar… Tenho que acordar!
É outro dia… não me continuem a matar. Não mereço. Juro que não mereço!
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