… Cheguei aos 40! Cá estou, lembro-me que quando fiz trinta, imaginei esta data longe, muito longe. Chegou depressa. Chegou num ano onde chegou tudo ao mesmo tempo. Chegou na altura certa, na altura que tinha de chegar. Gosto dos meus 40 anos. Não sei de gostarei do 41, 42 e por aí fora.. mas gosto destes 40. Nunca se é completamente feliz. Acho que a felicidade são estados de alma que de vez em quando nos abençoam os dias. Há dias que tenho disso, depois há outros onde vivo alegremente bem-disposto porque o mundo não tem culpa das minhas aflições e frustrações. Não gosto que pensem que ando zangado com o mundo! O mundo não é responsável pelas minhas escolhas, e agora, já nos 40 isso é cada vez mais certo e definitivo. Acho que somos muito daquilo que vamos escolhendo fazer. Foi um ano cheio de coisas. De todas as coisas. Este ano desdobrado dava muitos anos, mas Deus, que sabe o que faz, meteu-me tudo num só ano porque deve achar que eu aguento. E tenho aguentado. Como? Encolho os ombros porque não sei como. Tenho uma filha feliz, cheia de saúde, alegre que me ama mais do que tudo na vida e que é a minha força. Por ela as grandes arrelias tornam-se pequenas Basta sabê-la feliz e cheia de saúde, que tudo o resto é de relativizar. Tenho um trabalho que gosto. Tenho gente à minha volta que me estende a mão quando não tenho vergonha de lhes gritar. Não tenho outras coisas, mas acho que ninguém tem tudo. Seria aborrecida e demasiado bom. Aos 40 é altura de perceber que o importante é estar. É viver, é saber viver sem fazer das pessoas degraus. Aos 40 há muita vida para viver, muitos sonhos para realizar, muitos objectivos pela frente. Muitas gargalhadas, grandes sorrisos e lágrimas. Lágrimas?… Menos que este ano, espero!