… Festa é festa assinalou um ano desde que está no ar com a sua história e personagens que desde o minuto zero prenderam Portugal ao ecrã todos os dias à noite. Muitas vezes procuramos entender o sucesso de um produto e perceber o que tem ele que entra na vida das pessoas e fica colado à sua rotina de forma prazerosa, acho que foi isto que aconteceu com a novela que vai numa nova temporada e a cada uma consegue dinamizar, surpreender e manter a linha de início que é bem dispor quem escolhe ver, e juntar a isso uma boa dose de preocupação em dar ao espectador um produto de absoluta qualidade não resvalando nunca a linha que separa a ficção da realidade dado a emoção que é precisa em casa cena em cada pedaço da história, mesmo que a história pareça mentira. Talvez seja por isso que tanto eu, como a minha filha ou a minha mãe acompanhemos a vida da aldeia da Bela vida. No começo pensei que ajudasse muito ao facto de também eu viver numa aldeia e ver identificação em muitos personagens daquela que é a realidade de muitas aldeias, acho que é isso mas isso não chega e quando conversei com o autores, a Eva e o Roberto, entendi que o que fazem é mais que escrever episódios, uns atrás dos outros para serem gravados, emitidos e assim sucessivamente… os dois – com a sua equipa – colocam em cada palavra ou cena a emoção da vida real. Vê-los conversar sobre esta sua ‘obra’ é entender que as coisas simples são, na maioria das vezes, as mais complicadas de fazer. Não há dúvida nenhuma que juntar a esta capacidade de entendimento do produto, o elenco de luxo, realizadores com sensibilidade, uma acertada banda sonora e uma equipa apostada em dar o melhor ajuda muito e o bom produto está aí, as pessoas gostam, identificam-se e há um ano vivem desesperadamente as aventuras da Aida e do Tomé, as arrelias do senhor Presidente, a alegria da Dona Corcovada, a Fé da Florinda, a distração do carteiro… vivem todas as histórias como se estas pessoas fossem delas. E na verdade são. São a companhia que lhes entra em casa à noite e os faz descontrair de um dia que muitas vezes é chato, longo e comprido. Regra geral, os actores gostam de variar, refrescar, oferecer emoções de forma continuada… e aqui isso acontece, porque o segredo não está na longevidade da novela, está na capacidade de se reinventar de forma constante. Não faço ideia quando termina a aventura desta festa, mas por mim pode continuar muito tempo, porque com ela sinto que o público fez as pazes com a ficção sem ter medo de gostar do que é nosso sem rendilhados a fingir que é outra coisa. Pode ser só uma impressão minha, mas percebeu-se que arriscar vale a pena!
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