… Celebremos o amor!! (Para mim é isto!)

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… O amor é uma coisa estranha. Tão estranha que nos escapa pelos dedos sem darmos conta e volta à velocidade do vento quando lhe apetece. Sente-se, mas não se vê. Eu gosto de amor. Eu gosto de andar lado a lado e amar e andar a quatro pés. Eu sou foleiro de todos os lados. Gosto do dia dos namorados, tanto como gosto do dia das uvas ou do refogado de cebola. Não gosto da data. Gosto do jogo da cumplicidade. Gosto do jogo. Ponto. O amor só faz sentido se for dividido. Amor a meias é o ideal, pela metade não existe. Não me venham com tretas. Ou se ama, ou não se ama. O amor não é uma coisa de dar jeito. O amor é o amor e ponto. E o amor faz sofrer e faz doer e dá alegrias e dá prazer. Mas o amor é assim. Filho da puta o amor! Cheio de traquinices e com mau feitio. Mas eu tenho mais mau feitio que o amor. Por isso lutamos umas quantas vezes. Ao contrário da maioria das pessoas eu não acredito numa vida de muitos amores. Eu acredito talvez, numa vida de muitas paixões. Amores? Não! Não se ama desenfreadamente muitas vezes. O ser humano não tem essa capacidade. Amar de corpo inteiro é emocionalmente esgotante. Amar não é estar ali a rir para uma fotografia e exibir meia dúzia de momentos semi-felizes. Amor é muito mais que isso. Amor é uma coisa séria, que pode ser feita a brincar. É estar incondicionalmente ao lado. É estar mesmo sabendo que o melhor era não estar. Mas o amor é assim. Teimoso e crédulo. O amor faz coisas que o desamor atenua. Eu acreditarei sempre no amor. Enquanto o sangue me pulsar nas veias serei estranhamente romântico. Agora vou achar que esses caracóis com medo do vento são meus para sempre, porque me fazem sentir bem, estranhamente, como se estivesse em casa. O amor, mais não é do que ‘sentir-se em casa’ sem cerimónia é perceber que o silêncio não atrapalha, que a descoberta de uma rua feita a quatro pés é estimulante, que conhecer um lugar, um País, descobrir uma aventura enche as medidas. O amor é vivido de forma diferente por cada um. A minha forma de o viver é sofrida e arrasadora. Eu sou um escorpião daqueles que acha que as emoções só fazem sentido se forem vividas a toda à prova. Amar é estar ao lado, medir a febre, humedecer os lábios, amparar, sonhar juntos, realizar sonhos, levar a colher à boca, aconchegar a roupa da cama, ter ciúmes, gritar, brigar, dizer coisas da boca para fora com a mesma boca que engole de repente tudo o que disse para sorver um beijo e sentir a saliva quente a saber ao outro. Amar, é perceber o que precisa o outro. O que sonha o outro. O que quer o outro. Amar é entender um estado de alma. É dar a entender um estado de alma. É fazer uma mala juntos e brigar porque não cabe tudo lá dentro. É desfazer a mala e voltar a fazê-la e as coisas continuam a não caber, mas o amor é maior que a mala e tudo o que ela tem dentro. Voltamos a brigar e a desfazer e fazer a mala todas as vezes que forem precisas. O amor é isto. Na prática não tem regras. Na teoria tem muitas. Eu sei a teoria toda, mas amo na prática. Sei a teoria de trás para a frente e sei que não sou uma pessoa fácil de amar nem de ser amada. Mas quando amo, amo como seguramente poucos amam. Porque quem é amado por mim leva para a eternidade a certeza de um amor transparente, avassalador, de entrega e exclusivo. Um amor verdadeiro como nas histórias em que quase já ninguém acredita. Eu amo assim. Não amo por amar e não gasto energias se não valer a pena. O amor tem que valer a pena. Mesmo que faça doer. Se não doer, não é amor… é outra coisa qualquer. O amor, é descalçar as nossas botas, se preciso for, para  calçar as do outro e ajudá-lo a fazer o caminho. 14 de Fevereiro de 2017

 

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